quinta-feira, 17 de junho de 2010

Saiba por que Thriller é um álbum revolucionário


No próximo dia 25, fará um ano que Michael Jackson morreu em sua casa, em Los Angeles (EUA).

A morte de um dos mais importantes nomes da música pop literalmente parou o mundo.

Hoje, nos resta apenas matar saudades e tentar entender por que o Rei do Pop é tão importante.

Uma boa sugestão é analisar o seu disco mais famoso, Thriller.

Quando Thriller chegou às lojas, no final de 1982, o então LP tinha o que alguns céticos consideravam uma missão impossível, a de tentar superar as vendagens e a repercussão de Off the Wall, primeiro disco solo de Michael Jackson em sua fase adulta.

Sentiram a ironia? Hoje, todos sabemos que Thriller se tornou o disco mais vendido de todos os tempos, com mais de 50 milhões de cópias comercializadas em todo o mundo. Mas a importância desse disco vai bem além desses números impressionantes. Na verdade, uma frase pode definir a intenção do cantor e compositor americano em sua obra-prima: música sem fronteiras.

O som criado por Michael aqui não se prende a barreiras, preconceitos ou restrições. Vale tudo, desde que fique bom. Em The Girl Is Mine, por exemplo, ele canta junto com Paul McCartney, integrante de uma das maiores bandas da história da música pop (os Beatles, quem mais?).

Uma canção leve e balançada que iniciou a divulgação deste álbum. Embora com grande atuação na música pop, o produtor Quincy Jones tem origem jazzística, e trouxe com ele para participar das gravações desse álbum vários músicos com pedigree, entre eles os geniais Gregg Phillinghanes (teclados) e Louis Johnson (baixo).

Ainda no cenário do pop rock, músicos da banda Toto, como o guitarrista Steve Lukather e o tecladista Steve Porcaro, emprestam seu talento para o disco. Mas a participação mais improvável é a do guitarrista Eddie Van Halen, da banda de hard rock que leva seu sobrenome. Hoje é até comum, mas em 1982 músicos pop e de rock pesado não costumavam gravar juntos.

Os climas musicais variam. Beat It (com o inesquecível solo de Van Halen) é um rockão. Billie Jean tem uma batida dançante hipnótica, enquanto Thriller hipnotiza também, mas pelo lado do clima de filme de terror dos velhos tempos. Wanna Be Startin Something é uma verdadeira orgia rítmica, com direito a muita percussão, vocais irresístíveis e paradinhas inesperadas que levam o ouvinte à loucura. Baby Be Mine e P.Y.T. (Pretty Young Thing) são mais leves, mas também convites bacanas à dança e ao balanço.

O romantismo aparece em duas baladas matadoras. Human Nature consegue ser sensual e ingênua, ao mesmo tempo, com Michael indo do falsete aos registros mais graves com uma categoria incomparável. The Lady in My Life, que encerra o disco, é mais intimista e discreta, e mostra que, se quisesse, o Rei do Pop poderia ter sido o rei do jazz ou dos standards românticos.

Nem é preciso dizer que os videoclipes de Billie Jean, Beat It e especialmente de Thriller ajudaram a tornar o que já era bom em um fenômeno de proporções incalculáveis Thriller é um disco que conseguiu conquistar fãs dos mais diversos segmentos sem apelar ou cair na caricatura. No papel, pode parecer fácil atrair todos os tipos de público, mas, na prática, poucos conseguem. Michael Jackson é um raro exemplo.

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